- O Estaminet da Graça que nunca fecha - e onde dominam Luso - Oficiantes na 3.ª Idade - abriu hoje uma Excepção e fechou: Cruz na Porta..., sem mais INFO alguma....; como, ao lado, a Havaneza (tabacaria, sim, mas da Graça) tb. estava fechada, remeteu-se para o poema (talvez) de Campos:
Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-estar que trazia.
Desde ontem a cidade mudou.
Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou
Agora sem essa monotonia.
Desde ontem a cidade mudou.
Ele era o dono da tabacaria.
Um ponto de referência de quem sou.
Eu passava ali de noite e de dia.
Desde ontem a cidade mudou.
Meu coração tem pouca alegria,
E isto diz que é morte aquilo onde
estou.
Horror fechado da tabacaria!
Desde ontem a cidade mudou.
Mas ao menos a ele alguém o via.
Ele era fixo, eu, o que vou.
Se morrer, não falto, e ninguém
diria:
Desde ontem a cidade mudou.
14-10-1930
Atribuído a Campos, na edição de Cleonice Berardinelli, IN –
CM, Lisboa, 1992
[Bernardo Soares?]
- de resto, nesta bonita manhã de Sol de Inverno, enquanto R. «deambulava», cruzava-se com «estonteados TURIS; não largam o CH...; Clima abençoado?;
- quanto ao poema de Carlos Drummond de Andrade, AQUI, por exemplo