domingo, 21 de março de 2021

[21-03] - «... ensina a cair» («O poema...»); Inês Fonseca Santos

 - não, não é o poema de Luiza Neto Jorge; é «O poema ensina a cair» de Inês Fonseca Santos - que explicita L. N. J., em «epígrafe»... - , dito pela própria, na Série do «DIA...» um longo desfile ao longo do dia** em «O poema ensina a cair», de Raquel Marinho...
[** nem todos «ajudam» na localização...]

Recorte inicial:

O POEMA ENSINA A CAIR

Luiza Neto Jorge

Aquilo que o poema ensina /  é a despir // o corpo quente das palavras: / cotovelo, pulso, mão //  e o fio insone de um som / vestido ainda, língua // tocando sílabas, / convertendo ritmos. // E as palavras? / Filhas pelo poema violentadas // entre falas mansas / e indisposições metafísicas.

Inês Fonseca Santos, Os grandes animais, com Ilustrações de João Maio Pinto, 2020, p. 31-32


- outra «série», nos «Jardins (do Palácio) de Belém»

Simone de Oliveira, Ruy de Carvalho e Victor de Sousa celebram o Dia Mundial da Árvore e da Poesia - AQUI

domingo, 14 de março de 2021

«andar ao Postigo...» + «A verdade é um postigo»

[há dias, a abrir o 1.º Qd.o, E. perguntou a D.,  «AAA», isto é, «alemão-austríaco-alentejano», se sabia o que era, e para que servia, o «Postigo...» 

- «ora aí está», um vocábulo «em desuso» adquiriu todo um novo Campo Semântico, até em Crónica de Miguel Esteves Cardoso: «Fala-me ao Postigo»
[+ Quiosque + Balcão + Encosto + Cotovelos...]

RECORTES:

[...] O postigo é o filho pródigo da pandemia. À volta do postigo, os portugueses podem pegar num café, segurá-lo nas mãos e, enquanto beberricam, congregar
O português é postigueiro porque o português é gregário. O postigo está-nos no sangue. Parece uma coisa boa - [...] - mas é ancestral.
[...] O renascimento do postigo veio despertar um atavismo que julgáramos perdido. Tinha florescido com a cultura do guichet - [...]  - mas a introdução das esplanadas [...] veio acabar com os nossos doces hábitos congregativos. Agora a questão é saber se o postigo poderá sobreviver à pandemia. É que o pessoal reapaixonou-se pelos postigos, [...]
Será difícil arrancá-los outra vez dos nossos cotovelos.

Pessoa, «Quadras populares»:

Quando é o tempo do trigo

É o tempo de trigar.

A verdade é um postigo

A que ninguém vem falar.


domingo, 7 de março de 2021

Tratado da Mão + «NA LUZ A PRUMO»

Foto de Adriano Miranda, «Público» de hoje

[em «2021 - COV», com 2 «VDC's», pouco tempo há para E. de A. (ontem, sexta, 12, uma Qd.a «amputou» o Nome do «de» - houve logo «sapatada»...]; E. relê do Fim para o Princípio...; terá sido o último poema?]

NA LUZ A PRUMO

Se as mãos pudessem (as tuas,
as minhas) rasgar o nevoeiro,
entrar na luz a prumo.
Se a voz viesse. Não uma qualquer:
a tua, e na manhã voasse.
E de júbilo cantasse.
Com as tuas mãos, e as minhas,
pudesse entrar no azul, qualquer
azul: o do mar,
o do céu, o da rasteirinha canção
de água corrente. E com elas subisse.
(A ave, as mãos, a voz.)
E fossem chama. Quase.

Transcrito das pp. 603, 604 da ed. de Poesia de 2005; de Os sulcos da sede, 2001

quarta-feira, 3 de março de 2021

«Carnage», Nick Cave

 - audição começada há dias, tem-se fixado, como «obsessivo apoio» - sobretudo o «tema» principal» - às «VDC.S» - outro «Paraíso» - «onde até» a «Net(a)» avaria em estratégicos momentos...

[I'm sitting on the balcony / Reading Flannery O'Connor with a pencil and a plan [...]

- artigo de Vítor Belanciano, no «Ípsilon», a 25 - 02;