terça-feira, 5 de maio de 2020

«Aquela Luz (eu vi...)», J. Sousa Braga

Caravaggio, «Conversão de S. Paulo
(a caminho de Damasco)», 1600, 0
1
- o outro poema de J. S. Braga, que foi ontem enviado aos «os eleitos» do «Inaudito Cl...»:

EU VI AQUELA LUZ

Como Saulo quando ia a caminho de Damasco
eu vi aquela luz
rasgando o céu nocturno    de oriente para                                        ocidente e de alto a
baixo
eu vi aquela luz
num concerto dos Pink Floyd em Pompeia
onde nunca estive
eu vi aquela luz
em sonhos numa noite de verão na aldeia                                              onde  nasci
eu vi aquela luz
uma espada de fogo
como milhares de cavalos suspensos em pleno                                                 galope
uma luz tímida a princípio
uma luz bruxuleante
cada vez mais próxima
cada vez mais distante

Jorge Sousa Braga, A MATÉRIA ESCURA e outros poemas, 2020 (Março), Assírio & Alvim, p. 63

Jorge de Sena:

Uma pequenina luz bruxuleante
Não na distância brilhando no extremo da
                                                    estrada
Aqui no meio de nós e a multidão em volta  […]


Fidelidade, 1958