segunda-feira, 4 de maio de 2020

«A Matéria Escura», Jorge Sousa Braga

- nos «anos felizes» do MEST., D. fez um trabalho sobre os primeiros livros de J. S. B., para F. J. B. MART.; «levou nas orelhas...», não se lembra dos PORM.s...
- dos cinco poemas iniciais do último livro (saído em mês «pandémico...»), 3 foram enviados para o «Inaudito C. de L. V.»;
- passou uma semana; Mestres e DISC.s, todos tiveram a mesma reação perante os textos enviados: NULA; não sabe os porquês, F.; ainda menos «falam», quer uns, quer outros...; Viva o SILÊNCIO.

- recorte final do 5.º desses poemas:
[...]

Se queremos saber o que é a matéria escura temos que procurá-la
Nos bolsos debaixo da cama no armário entre os versos deste poema um quilómetro e meio abaixo do solo nas montanhas Gran Sasso
Dizem que o universo gosta de se olhar ao espelho
Há uma placa em cada esquina do universo a dizer que é proibido circular a uma velocidade superior à da luz
Sem a matéria escura      viveríamos num universo sem enxames sem galáxias sem estrelas sem pessoas
Não vivemos no universo      o universo é que vive em nós
Cientistas confirmam aquilo que já intuíamos que o universo não tem direcção
A matéria escura não é simplesmente matéria que por acaso é escura e que se manifesta ao nível das galáxias e dos enxames de galáxias
A matéria de que são feitas as estrelas os planetas e os seres vivos é apenas a cobertura de glacé do bolo cósmico
Somos todos viajantes      estamos todos em viagem      nós a terra os outros planetas o sol a Via láctea as outras galáxias o universo
E estamos a caminho do desastre
Ou das estrelas
pp. 16 – 17

Jorge Sousa Braga, A MATÉRIA ESCURA e outros poemas, 2020 (Março), Assírio & Alvim