domingo, 31 de maio de 2020
segunda-feira, 25 de maio de 2020
«Correm turvas as águas...», CAMÕES
- não sabe F. explicar por que é que, depois da «Sessão Síncrona com Pares», foi para aqui buscar este soneto de Camões...
que as do Céu e as do monte as enturbaram;
os campos florescidos se secaram;
intratável se fez o vale, e frio.
Passou o Verão, passou o ardente Estio;
uas cousas por outras se trocaram;
os fementidos Fados já deixaram
do mundo o regimento, ou desvario.
Tem o tempo sua ordem já sabida;
o mundo não; mas anda tão confuso,
que parece que dele Deus se esquece.
Casos, opiniões, natura e uso
fazem com que nos pareça desta vida
que não há nela mais do que o que parece.
Luís de Camões, Rimas
segunda-feira, 18 de maio de 2020
sexta-feira, 15 de maio de 2020
Monólogos
- não chegou ao tempo «cronometrado» o Monólogo «Não» Interior de Mestre D. com Mestre F.; «Unidos pela Indiferença Mútua», enfim;
- e se, na próxima, se ouvir outra «Síncrona», de Inglês, ou os «cochichos Paralelos», [...]
- Crónica «rara» a que está na «Visão», de 13 de Maio; RECORTE, daí:
[...] tenho estado em contacto com todos os meus alunos, o que não significa forçosamente que eu tenha estado a ensinar seja o que for e, muito menos, que eles tenham estado a aprender [...]
[...] tenho estado em contacto com todos os meus alunos, o que não significa forçosamente que eu tenha estado a ensinar seja o que for e, muito menos, que eles tenham estado a aprender [...]
terça-feira, 5 de maio de 2020
«Aquela Luz (eu vi...)», J. Sousa Braga
Caravaggio, «Conversão de S. Paulo (a caminho de Damasco)», 1600, 01 |
EU VI AQUELA LUZ
Como Saulo quando ia a caminho de Damasco
eu vi aquela luz
rasgando o céu nocturno
de oriente para ocidente e de alto a
baixo
eu vi aquela luz
num concerto dos Pink Floyd em Pompeia
onde nunca estive
eu vi aquela luz
em sonhos numa noite de verão na aldeia onde nasci
eu vi aquela luz
uma espada de fogo
como milhares de cavalos suspensos em pleno galope
uma luz tímida a princípio
uma luz bruxuleante
cada vez mais próxima
cada vez mais distante
Jorge Sousa Braga, A
MATÉRIA ESCURA e outros poemas, 2020 (Março), Assírio & Alvim, p. 63
Jorge de Sena:
Uma pequenina luz bruxuleante
Não na distância brilhando no extremo da
estrada
estrada
Aqui no meio de nós e a multidão em volta
[…]
Fidelidade, 1958
segunda-feira, 4 de maio de 2020
«A Matéria Escura», Jorge Sousa Braga
- nos «anos felizes» do MEST., D. fez um trabalho sobre os primeiros livros de J. S. B., para F. J. B. MART.; «levou nas orelhas...», não se lembra dos PORM.s...
- dos cinco poemas iniciais do último livro (saído em mês «pandémico...»), 3 foram enviados para o «Inaudito C. de L. V.»;
- recorte final do 5.º desses poemas:
[...]
- dos cinco poemas iniciais do último livro (saído em mês «pandémico...»), 3 foram enviados para o «Inaudito C. de L. V.»;
- passou uma semana; Mestres e DISC.s, todos tiveram a mesma reação perante os textos enviados: NULA; não sabe os porquês, F.; ainda menos «falam», quer uns, quer outros...; Viva o SILÊNCIO.
- recorte final do 5.º desses poemas:
[...]
Se queremos saber o que é a matéria escura temos que
procurá-la
Nos bolsos debaixo da cama no armário entre os versos deste
poema um quilómetro e meio abaixo do solo nas montanhas Gran Sasso
Dizem que o universo gosta de se olhar ao espelho
Há uma placa em cada esquina do universo a dizer que é
proibido circular a uma velocidade superior à da luz
Sem a matéria escura
viveríamos num universo sem enxames sem galáxias sem estrelas sem
pessoas
Não vivemos no universo
o universo é que vive em nós
Cientistas confirmam aquilo que já intuíamos que o universo
não tem direcção
A matéria escura não é simplesmente matéria que por acaso é
escura e que se manifesta ao nível das galáxias e dos enxames de galáxias
A matéria de que são feitas as estrelas os planetas e os
seres vivos é apenas a cobertura de glacé do bolo cósmico
Somos todos viajantes
estamos todos em viagem nós a
terra os outros planetas o sol a Via láctea as outras galáxias o universo
E estamos a caminho do desastre
Ou das estrelas
pp. 16 – 17
Jorge Sousa Braga, A
MATÉRIA ESCURA e outros poemas, 2020 (Março), Assírio & Alvim
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