[dia perdido; corrida «descontrolada» a Coimbra e ... (para esquecer)]
[«e o Resto não se diz...»]
-mas, pelas 20 e 45, o poema de M. do R. P. dito pela própria no Vida Breve de hoje:
De que me serviu ir correr mundo,
[«e o Resto não se diz...»]
-mas, pelas 20 e 45, o poema de M. do R. P. dito pela própria no Vida Breve de hoje:
De que me serviu ir correr mundo,
arrastar, de cidade em cidade, um
amor
que pesava mais do que mil malas;
mostrar
a mil homens o teu nome escrito em
mil
alfabetos e uma estampa do teu rosto
que eu julgava feliz? De que me
serviu
recusar esses mil homens, e os outros
mil
que fizeram de tudo para eu parar,
mil
vezes me penteando as pregas do
vestido
cansado de viagens, ou dizendo o seu
nome
tão bonito em mil línguas que eu
nunca
entenderia? Porque era apenas atrás
de ti
que eu corria o mundo, era com a tua
voz
nos meus ouvidos que eu arrastava o
fardo
do amor de cidade em cidade, o teu
nome
nos meus lábios de cidade em cidade,
o teu
rosto nos meus olhos durante toda a
viagem,
mas tu partias sempre na véspera de
eu chegar.
Maria do Rosário Pedreira, de Nenhum nome depois, Lisboa, Gótica,
2004, p. 59