- a propósito da releitura de um conto de Tchekov - lido na «juvenil fase» - M. E. C. «centra» a Crónica de hoje, do «Público» - «Um conto de Tchekhov» -, na dificuldade em «afastar» as «toneladas» de «intermediações» que tanto dificultam o essencial: ler o texto, mesmo [...]
RECORTE, parte final da Crónica:
[...] No outro dia, quis voltar a ler o Gooseberries porque tinha lido, sem querer, uma interpretação desse conto que me pareceu abusiva. Como não encontrei o livro [...] — pus-me à procura dele online. Não foi fácil. A Internet estava atravancada de críticas, resenhas, sumários e interpretações. O pobre conto estava soterrado.
Havia muita palha e muito chouriço. Havia muitos resumos para alunos e outros leitores mandados. Era como uma biblioteca num pesadelo em que para chegar ao livro que se queria ler era preciso passar por barreiras de estantes cheias de empecilhos encadernados. O conto é pequeno e fascinante, impossível de interromper. Como é que se interpôs tanta tralha entre o leitor e o que Tchekhov tão cuidadosamente escreveu?
Se eu não conhecesse já o conto, teria desistido de lê-lo. E está tudo dito.
Havia muita palha e muito chouriço. Havia muitos resumos para alunos e outros leitores mandados. Era como uma biblioteca num pesadelo em que para chegar ao livro que se queria ler era preciso passar por barreiras de estantes cheias de empecilhos encadernados. O conto é pequeno e fascinante, impossível de interromper. Como é que se interpôs tanta tralha entre o leitor e o que Tchekhov tão cuidadosamente escreveu?
Se eu não conhecesse já o conto, teria desistido de lê-lo. E está tudo dito.
[sublinhados acrescentados]