- [do C. de T. de ontem, nada a referir...]
- hoje, no do 1.º Bloco, até Mestre C. S., de G. D., «fez o Pleno»...
- finalmente em PAUSA, W. foi para a fila NATAL. da BERT. - ROMA, para o livro de que se transcreve um só... [com natural dificuldade na escolha...]
O CANSAÇO DE SUBIR ESCADAS
As portas nunca estão abertas nem fechadas,
o caminho rareia entre caminhos, a mesa
posta para uma só sombra. Nem a tua nem a minha.
Disponível a tactear a massa sombria
que respiras, o horizonte está limpo e deita
nuvens e vento sobre estas ruas.
Um a um sobes degraus e declives,
há sempre uma corda no fim do patamar,
há sempre mais degraus,
há muito que o sobressalto te selou
os lábios, nada dizes, uma torrente escava a desilusão
de nunca mais regressares.
E das cordas que vais puxando
de patamar em patamar como
de um poço ascendem as ondas
secas da trovoada, o teu corpo
a dizer que não.
O CANSAÇO DE SUBIR ESCADAS
As portas nunca estão abertas nem fechadas,
o caminho rareia entre caminhos, a mesa
posta para uma só sombra. Nem a tua nem a minha.
Disponível a tactear a massa sombria
que respiras, o horizonte está limpo e deita
nuvens e vento sobre estas ruas.
Um a um sobes degraus e declives,
há sempre uma corda no fim do patamar,
há sempre mais degraus,
há muito que o sobressalto te selou
os lábios, nada dizes, uma torrente escava a desilusão
de nunca mais regressares.
E das cordas que vais puxando
de patamar em patamar como
de um poço ascendem as ondas
secas da trovoada, o teu corpo
a dizer que não.
Fernando Luís Sampaio, Aprender a cantar na era do karaoke, Tinta da china, 2018, p. 215
[do livro inédito acrescentado aos anteriores...; ver artigo de H. Pinto Santos, de 17-12, no Ípsilon]