[ Ana Seara compôs uma peça musical, de 8 minutos, «para» este poema de Sophia]
- no YT, «carregado» pelo «P3» (sup. do Público)
- no YT, «carregado» pelo «P3» (sup. do Público)
Ver também, no «P3»: http://p3.publico.pt/cultura/mp3/14584/mar-de-sophia-uma-homenagem-de-ana-seara-poetisa
[também «amanhã», vista nas televisões]
FUNDO
DO MAR
No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.