[em E. de 01 de Fevereiro se falava deste livro de Alberto Pimenta - em que tudo começava com um Rapaz («não raro») que se AFOGARA, após:
[...]
a prova dessa vez incluía
[...]
a prova dessa vez incluía
três
versos dum poema
atribuído
a Álvaro de Campos
"...
no alto céu ainda claramente azul/
Já
crescente nítido, ou círculo branco,
ou
mera luz nova que vem,/
A
lua começa a ser real."
mais um Recorte:
[...]
outras
respostas
pegavam
nas palavras
como
quem pega numa coisa
e
a usa a seu gosto
atreviam
que não se via nada
era
tudo uma invenção pegada
de
dia a lua não se via
de
noite é quando há lua
mas
é preciso muito espaço
e
uma delas protagonizava até
o
festival na margem do Coura
com
os Pixies a tocar
e
com a lua a meter-se também no palco
coisa
que nem vinha anunciada
como
devia
no
site festivaisdeverao.com
e
assim
perdia-se
a confiança no site
ela
a autora da resposta estava sempre
com
um ouvido na música
e
outro a arquitectar já
o
festival que estava para vir
mas
dessa vez passou o tempo todo
a
delirar no do ano anterior
sem
lua nenhuma
tinha
sido mais aconchegado
havia respostas com amplitude e audácia
ambiciosas mas desiguais
como a que dizia
ele via a lua
mas não sabia o que era a lua
para saber o que é a lua
não é preciso ver a lua
e se ele sabia o que era a lua
isso não tem hora certa
e outra referia
que ela devia estar
a preparar um design da lua
para um calendário
anual
[...]
Alberto Pimenta, Al Face-book, 2012, 7 nós, pp. 12,13