... NEM O PRINCÍPIO DO MUNDO
CALMA
É APENAS UM POUCO TARDE
- para este «Estranho» «Dia Mundial da Poesia» (...), o 1.º Livro de Pina [...]
- na 2.ª Edição, de 1982, de «a erva daninha» (que Nome, para Editora)
CALMA
É APENAS UM POUCO TARDE
- para este «Estranho» «Dia Mundial da Poesia» (...), o 1.º Livro de Pina [...]
- na 2.ª Edição, de 1982, de «a erva daninha» (que Nome, para Editora)
AS PESSOAS
Fernando pessoa
uma vez, Fernando Le-
mos uma vez, Má-
rio Cesariny
duas ou três
As pessoas têm a sua casa e a sua doença
Mas a casa das pessoas é a sua doença
- Oh as pessoas estão todas doentes de indiferença
E morrem como mortos, da sua doença
Morrem umas na frente das outras as pessoas
Umas são assim outras como são?
As pessoas são más as pessoas são boas
As pessoas as pessoas as pessoas as pessoas
As pessoas somos nós todos ou ainda menos
Oh mário mário que horror irmão
Oh nós não vamos ser assim daqui a uns tempos
- Nós vamos ser assado - Pois não? Pois não?
Nosso Senhor Jesus Cristo não tinha biblioteca
O pobre não tinha troco de cinco escudos
- As pessoas mário tão pálidas tão quietas! -
A rapariga da frutaria apesar de tudo
Manuel António Pina, Ainda não é o fim nem o princípio do mundo calma é apenas um pouco tarde (1974), p. 39 da 2.ª Ed., 1982 (da secção II - «A segunda pessoa», 1965, 66)
- «Pois Ia» - sete poemas, sete autores (Ramos Rosa, Cesariny, Vinicius, Sophia, Júdice, Botto, Sena), ditos na Casa das Bibliotecas de Lisboa